31/03/16

Salada de flores da horta c/ malagueta!


Nesta época do ano, correspondendo ao apelo da recém-chegada primavera, são inúmeras as plantas que florescem na horta: nabos, nabiças, rúcula, couves, rabanetes, rábanos…
Como a planta-mãe, também as flores são comestíveis. O essencial da energia da planta é canalizado para a formação das flores, elo incontornável para a produção de sementes e perpetuação de cada espécie. As que não se destinam à produção de sementes perdem-se ingloriamente se não forem colhidas e consumidas.
Cá na horta, algumas plantas são preservadas para a produção de sementes. Nas restantes, sempre que surgem flores, são colhidas e consumidas em saladas ou com arroz. De dois em dois dias, surgem novas flores, sendo feita nova colheita, estando garantidas as saladas para as próximas semanas.
Na receita de hoje, a associação do sabor ligeiramente adocicado das flores com a malagueta resulta em cheio! O uso de sorrel dispensa o uso de sal.

Ingredientes:
.Flores de rúcula, de nabo e de couve-galega
.1 malagueta medianamente picante picada (sem sementes)
.3 folhas de sorrel (erva-sal, apresentada no blogue AQUI)
.coentros do Vietname (persicaria odorata), que podem ser substituídos por coentros comuns
.azeite virgem extra e vinagre balsâmico.

À esquerda, os coentros do Vietaname; à direita, a erva-sal.
.
Preparação:
Junte todos os ingredientes, tempere, mexa bem e sirva!

Abraço e bom apetite!
ChefAntónio

29/03/16

Na horta, a família de melros aumentou!

 Nascidos há uma semana...

Tenho, há vários anos, um casal de melros residentes na horta. Alimentam-se (de minhocas, insetos e dos melhores frutos, mesmo antes de estarem completamente maduros), dormem nas árvores e é nas árvores que também se reproduzem. Este ano, a descontração foi total. O ninho foi feito à vista e numa zona onde tenho atividade diária, junto às estufas...


Dois dias depois de terem nascido, eram assim as três crias.
Resta saber quantas irão sobreviver aos raides Chantily, a gata da casa, especialista a caçar ratos... e aves!

Abraço.
ChefAntónio

28/03/16

Mousse de chocolate… sem ovos nem açúcar!

Ficou assim!

Para quem, como eu, é fã incondicional de mousse de chocolate, esta receita alternativa é muito interessante. Mais simples de fazer do que a tradicional, é uma sobremesa económica e bastante saudável. A consistência é ótima, o sabor, uma agradável surpresa. Vi a Filipa Gomes (de quem também sou fã) a executá-la, há dias, no 24kitchen. Aqui fica uma adaptação.

Ingredientes para 5 doses:
.600 g de batatas-doces (pesadas com a casca)
.200 g de chocolate de culinária (70% de cacau)
.2 colheres sopa de mel
.200 ml de leite magro (pode ser substituído por um leite vegetal)
Nota: Querendo um sabor a chocolate mais intenso, use 300 g de chocolate negro.

Preparação:
1. Descasque as batatas-doces, corte-as em cubos, coza-as (cerca de 15 minutos) e escorra-as.
2. Derreta o chocolate em banho-maria com metade do leite.
3. Junte a batata, o restante leite (previamente aquecido), o chocolate derretido e o  mel e triture bem até o preparado estar homogéneo.
5. Coloque em tachinhas e decore a gosto. Pode usar nozes e fisális, morangos, mirtilos ou outros frutos secos torrados como avelãs, amêndoas ou pinhões.
6. Guarde no frigorífico e retire 15 minutos antes de servir.
7. Difícil mesmo vai ser não repetir!

Bom apetite com esta sobremesa digna dos deuses.

ChefAntónio

26/03/16

Torricado de bacalhau: uma delícia do Ribatejo!

Hum... São servidos?

Esta receita é típica do Ribatejo. Trago-vos uma versão simples que adaptei do 24 kitchen.

Ingredientes para 4 pessoas:
.2 postas grandes de bacalhau (demolhado ou congelado)
.3 dentes de alho (1 inteiro e 2 esmagados em puré)
.4 fatias de pão (o ideal é ser a parte inferior de quatro papo-secos)
.azeite

Preparação:
1. Leve o bacalhau ao lume e, quando começar a ferver, conte dois minutos.
2. Escorra as postas de bacalhau e reserve.
3. Numa frigideira antiaderente, deixe os alhos estufarem durante um minuto e junte as postas de bacalhau.
4. Em lume médio, deixe o bacalhau fritar 3 minutos de cada lado.
5. Retire o bacalhau do azeite, tire as espinhas e separe-o em lascas.
6. Dê uns cortes na superfície das fatias de pão e ponho-as no grill do forno até alourarem.
7. Esfregue a superfície do pão com um dente de alho cru partido ao meio e regue com o azeite da fritura do bacalhau.
8. Finalmente, cubra cada fatia com lascas de bacalhau.
9. Sirva de imediato com espinafres estufados em azeite e alho durante 7 a 8 minutos num recipiente antiaderente e com tampa. Nos dois minutos finais, junte uma pitada de sal e de pimenta de preta e uma colher de sopa de iogurte natural.
10. A acompanhar, sugiro um copo de vinho tinto do excelente "Parcela de Pias" que encontrei em promoção no Continente (pack de 5 litros por cerca de 5€).


Bom apetite!

Abraço.

Ovinhos de codorniz em conserva!

Daqui a pouco, ao jantar, vou surpreender a minha mãe com esta iguaria!


Ovos de conserva é um petisco simples de fazer (mas que muitas pessoas não conhecem) que descobri há uns tempos em Espanha numa casa de tapas. Pode fazer-se com ovos de galinha, pato, codorniz…
Excelentes como entrada e em saladas ou sanduíches.
Há muitas receitas disponíveis online. A que vos traga é muito simples. O vinagre de beterraba dá-lhe um sabor especial e um efeito visual bem bonito. Os ovos ficam com um magnífico tom salmonado.

A. Ingredientes:
.12 ovos de codorniz
.200 ml de vinagre de sidra
.100 ml água
.1 colher de sopa de estragão (seco ou fresco)
.1 colher de chá de sementes de mostarda (pode substituir por grãos de pimenta)

B. Preparação:
1. Cozinhe os ovos em água a ferver com um pouco de sal durante 4 min.
2. Coloque-os em água fria durante 3 min e descasque-os com cuidado.
3. Ponha num frasco vidro com o estragão e cubra com calda de vinagre.
4. Guarde no frigorífico. No dia seguinte, já pode consumir a sua conserva de ovos. No frio, conserva-se pelo menos durante um mês.

C. Preparação da calda de vinagre:
1. Junte num tacho a água com o vinagre.
2. Quando começar ferver junte as sementes de mostarda.
3. Deixe ferver em lume (fogo) baixo durante 2 minutos, desligue o lume e deixe em repouso durante 15 minutos.
4. Coe o preparado para retirar as sementes da mostarda e está pronto a utilizar.
Nota: Usei vinagre de beterraba, que é simples de fazer:
Coza beterrabas com a pele durante 25 a 30 minutos em água e sal. Depois de frias, pele-as, corte-as em pequenos cubos (ou rodelas), coloque-as num frasco de vidro e cubra com a calda de vinagre. Guarde no frio e uma semana depois a sua conserva de beterraba estará ótima. Consumida a beterraba, fica o vinagre para os ovinhos de codorniz.

Abraço.
ChefAntónio

15/03/16

Os 10 superalimentos de que provavelmente nunca ouviu falar!

Os nomes são estranhos, alguns quase impronunciáveis, mas o bem que (alegadamente) fazem compensa o esforço de os conhecer

1.      NABO-JAPONÊS
De forma semelhante à cenoura, esta espécie de rabanete branco contém níveis muito elevados de vitamina C. Pode consumir-se assado no forno, na sopa ou misturado com outros vegetais para saltear.

2.      AMEIXA-DE-KAKADU
Originário da Austrália, este pequeno fruto verde tem o maior teor de vitamina C do mundo - 50 vezes mais que a laranja.

3.      ESPINAFRE-EGÍPCIO
Esta folha verde contém 20 vezes mais ferro do que abóbora, é rica em antioxidantes e ainda em vitaminas A, B e C. Pode ser usada nos guisados.

4.      IÚCA
Rica em antioxidantes e fibra, esta raíz africana baixa a tensão arterial e reduz a inflamação, além de ser também benéfica para a pele.

5.      MELÃO-AMARGO
Pode parecer um primo esquisito do pepino, mas os benefícios para a saúde fazem esquecer o seu aspeto: reduz o colesterol, reduz os níveis de açúcar no sangue e ainda tem fama de ajudar a combater vários tipos de cancro.

6.      MÚCUA
O fruto do embondeiro, a múcua, contém seis vezes mais vitamina C do que uma laranja. Rica também em fibra e antioxidantes.

7.      FRAMBOESAS-PRETAS
Não confundir com as amoras pretas, apesar do aspeto. As frambroesas pretas contêm três vezes mais antioxidantes que as vermelhas.

8.      COGUMELO-CAUDA-DE-PERU
Deve o nome ao seu aspeto e a classificação como superalimento às suas propriedades estimulantes da imunidade, mesmo em doentes com o sistema imunitário reduzido.

9.      TOMATE-CAPUCHO
Doces e picantes, estes pequenos frutos amarelados ou alaranjados são ricos em vitaminas A e B, fibra e ferro. Podem ser consumidos como snack ou misturados nos cereais da manhã.
Nota: Este é um dos nomes dados ao fisális (por exemplo nos Açores).

10.   LÚCUMA
Originário dos vales do Peru, este fruto doce contém betacarotenos, zinco, ferro, cálcio, vitamina B3 e proteína. Também conhecido como "ouro inca", é comercializado também em forma de pó e, neste caso, pode ser usado como adoçante.

Abraço.
ChefAntónio

12/03/16

SEMANA DA BOLOTA em Montemor-o-Novo!


Decorre até amanhã a SEMANA DA BOLOTA em Montemor-o-Novo (a cerca de uma hora de Lisboa pela A2, direção Évora).
Nesta Semana da Bolota os restaurantes Adega, O Leilão, Pátio dos Petiscos, J & F Casa das Empadas, Quinta da Nora, A Ferrenha, Manuel Azinheirinha, O Sonho, Bar Alentejano, Cantina do Mambo e Pôr-do-Sol aderem à iniciativa servindo pratos confecionados com bolota. As pastelarias Capri, Almodôvar, Estudantil, e 4 Bicas oferecem a versão doce de diversos bolos elaborados a partir deste ingrediente.

Depois de um serão a navegar nas informações disponíveis online, optei pelo restaurante Pátio dos Petiscos, que alia uma ementa variada a preços que não sao proibitivos e uma localização central  (nem todos os restaurantes aderentes estão na cidade de Montemor…) e pelas pastelarias Almodôvar (que também é padaria) e Estudantil, ambas a menos de cinco minutos a pé do restaurante.

SUGESTÃO DE UM PROGRAMA SIMPLES, RÁPIDO e DELICIOSO!
1. ESTACIONAMENTO
Ao chegar à rotunda que dá acesso à cidade, depois de sair da A2 (1ª saída), há um pequeno parque de estacionamento gratuito (onde estacionámos). À direita, na estação de serviço da GALP, também havia lugares, embora nem sempre haja.

2. VISITA AO MERCADO MUNICIPAL
Depois do estacionamento, vira-se à direita, logo a seguir ao restaurante Monte Alentejano, pela rua do Poço do Paço. Vira-se de novo na primeira à direita (Rua Comandante Fragoso). Poucos metros depois, está o mercado à direita, no Largo Professor Bento de Jesus Caraça.
Não há muitas bancas e o local já terá sido mais próspero, mas dá para adquirir algumas iguarias bem alentejanas. Quando se entra, na banca que faz esquina do lado direito, há queijinhos de cabra e de ovelha (com preços entre €1 e €1,25 a unidade) e enchidos de porco preto com ótimo aspeto. Mais adiante, encontrei umas lindas azeitonas muito bem temperadas(€2,30/kg). Por fim, um lindo pão alentejano no snack-bar à saída.

3. ALMOÇO NO “PÁTIO DOS PETISCOS”
Volta-se à Rua Poço do Paço e desce-se, passando pelas ruas do Passo e de Lisboa, até chegar à Rua Curvo Semedo, n.ºs 39 a 41. É fácil, mas havendo dúvidas, qualquer montemorense sabe onde fica.

A abrir, deliciámo-nos com umas fatias de pão alentejano com uma crosta estaladiça, azeitonas e um azeite muito suave, onde molhámos o pão com volúpia.

A seguir, coisas mais consistentes. A ementa é variada, mas a escolha centrou-se nos pratos confecionados com bolota (que partilhámos): um petisco (farinheira com ovo e bolota: €4.95) e um prato (secretos com migas de bolota: €12). Se os secretos e as migas estavam muito bons (com o sal no ponto certo), o petisco de farinheira estava excelente: textura crocante, riqueza no sabor e não se sentia a gordura do enchido. Como as garrafas de vinho custam, no mínimo, cerca de €10, optámos (e bem!) por um jarro de ½ litro de um tinto da casa (€3.50), um dos bons vinhos produzidos na região, o Couteiro-Mor.

O universo de sobremesas tornou a tarefa da escolha muuuito difícil. Depois de grande ponderação, demos o sim à tarte de limão merengada (€3.25) e ao bolo de nozes com mel (€4.25). Satisfação total!

A confirmar que não há mesmo bela sem senão, este "benvindos" desconcertante logo à entrada. Lá tive de chamar o gerente e explicar-lhe porque é que não se escrevia assim e que a grafia nada tem a ver com o AO90. Concluí, dizendo-lhe que esperava sermos recebidos numa próxima visita com um escorreito "bem-vindos"! Garantiu-me que sim, mas vou estar atento ao assunto...
Reparei agora que "gastronomicos" também está fora de jogo...

4. CAFÉ NA PASTELARIA ESTUDANTIL
Terminado o repasto (cerca de €15/pessoa), fizemos o caminho em sentido inverso e fomos tomar café à pastelaria Estudantil (Rua Poço do Paço, nº 3) e ver o que havia confecionado com bolota. Já não havia o bolo de bolota, mas ofereceram-nos com o café duas bolachas muito boas também com bolota.

5. POR FIM, A PASTELARIA ALMODÔVAR
Logo a seguir à Estudantil, virámos à direita, na Rua 5 de Outubro, e fomos ver a oferta na padaria-pastelaria Almodôvar, no nº 23. Aposta ganha: perdemo-nos por uns biscoitos apetitosos e queijadinhas muito cremosas, tudo com bolota na receita. E também não conseguimos resistir ao aspeto nham-nham de um pão de cabeça alentejano...

Para quem não tem ainda planos para domingo, porque não dar um pulinho até Montemor-o-Novo enquanto há SEMANA DA BOLOTA?

Boa viagem e bom apetite!
ChefAntónio

08/03/16

Mais uma descoberta: PLANTA-SAL (sorrel)!

Muito rica em vitamina C, ei-la, cheia de clorofila, na horta!

Há uns meses, comprei esta planta no mercado de Azeitão. O vendedor disse-me que se chamava “planta-sal” e que podia substituir ou reduzir substancialmente o uso de sal.
Pelas pesquisas que fiz, concluí que o nome é SORREL (rumex acetosa), conhecida no Brasil como azedinha. Em Itália, faz parte das hortas comuns e usa-se na cozinha francesa.
É um interessante condimento na elaboração de vários pratos: sopas, saladas, omeletas, quiches, sanduíches...
Cá em casa, usamo-la em sanduíches (uma delícia com queijo fresco e um fiozinho de azeite virgem extra) e nas saladas. Uma pequena quantidade de folhas picadas substitui o sal em qualquer salada, dado o seu sabor ligeiramente picante e muito fresco.

Abraço bem temperado!
ChefAntónio