Um texto produzido
na sala de aula não tem de ser apenas um exercício escolar. Pode e deve ser também
um momento privilegiado de comunicação. Esse estímulo de uma escrita mais
autêntica não é isenta de “riscos”. Quando menos espera, o professor vê abrir-se-lhe diante dos olhos a vida do aluno...
Pedi aos alunos do
curso no Instituto Camões que fizessem uma apresentação escrita. Depois de uma
saudação, deviam apresentar cerca de dez informações sobre si. A terminar, juntavam a sua frase preferida, uma espécie de lema de vida.
Logo no segundo
texto:
“Nasci numa
família tranquila, isto é, junto dos meus pais e irmãos, vivendo numa casa de
zinco em Bissau. Infelizmente, a minha faleceu repentinamente.”
Ainda não me tinha
recomposto, quando leio no terceiro texto:
“Sou órfão de pai
e mãe.”
Fiquei sem ação. A
juntar a uma vida muito difícil aqui, em que se sobrevive como se pode, a
desgraça sempre à espreita…
Ainda não sei
como, mas tenho de dar uma palavra de conforto a estes jovens.
Abraço.
António
Saberás fazê-lo com a tua sensibilidade. Abreijos
ResponderEliminarEm português, sabemos sempre mais do que queremos sobre algumas vidas quando lhes pedimos textos pessoais... Beijinhos!
ResponderEliminarBjinho! Estarei de volta no início de novembro.
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