Estou
a voar há três horas em direção à minha primeira missão em Cabo Verde. Partida
à hora (com a TAP, há muito tempo que não me acontecia…) e parece que aterraremos no
Mindelo 10 minutos antes do horário previsto (!). Mas a tradição dos últimos
anos ainda é o que era, o espaço entre os lugares é manifestamente
insuficiente, a cadeira é desconfortável para o pescoço e a refeição servida é
para esquecer: uma sandes de pão com queijo gelada e massuda, um minifrasco de Compal,
café ou chá e uma pequena embalagem com gomas com um título pomposo e
duplamente impróprio para consumo, sobretudo para as muitas crianças que vão no
avião: “Geleia de fruta mini-aviões”. Quanto ao conteúdo, não é geleia de
fruta, mas antes uma mistela onde predominam o xarope de glicose e o açúcar. Na
forma, o erro de ortografia mereceria umas valentes palmatoadas. Com AO90, só
há hífen com mini antes de i ou h e nem o AO45 vale à TAP, pois, na grafia
anterior, nunca havia lugar a hífen a seguir a mini. Logo, o que é servido a
bordo são miniaviões que devem ser urgentemente banidos dos céus por serem uma
ameaça para a saúde e para a língua portuguesa…
Mais
logo, partilharei as primeiras impressões.
Abraço.
ProfAP
Nota: Post escrito durante a viagem, mas publicado já no Mindelo.
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