É linda ou não é?
Quando viajo, uma das coisas que muito me
interessam é património vegetal. Se os houver, visito os jardins botânicos e
zonas protegidas e observo com atenção os jardins e parques por onde passo.
Logo no dia da chegada a São Vicente, perdi-me de
amores por uma árvore que abunda por aqui. Ao vê-la, de porte elegante, com
folhas luzidias em forma de coração, questionei-me se não seria uma japonica da família das camélias e
azáleas.
A elegante bela-sombra!
Perguntei em vão a várias pessoas se sabiam o nome
da planta, até que o Pablo (o jovem cabo-verdiano protagonista da história da
estrela-do-mar chamada Estrelinha) me disse que conhecia um senhor que quase de
certeza me iria ajudar.
No dia e hora aprazados, lá fomos a casa do Sr.
Morais, um branco que vive em Cabo Verde há muitos anos e que deve andar nos
80 anos. De baixa estatura e olhar arguto, recebeu-me com entusiasmo igual ao
meu e estivemos a conversar mais de uma hora. No empolgamento das suas palavras,
falou-me das espécies de São Vicente, numa verdadeira visita guiada imaginária:
espinho-branco, acácia-arábica, acácia-americana, passando pelo assustador
lavatão (que já conhecia sem saber o nome), cuja seiva pode provocar cegueira
se entrar em contacto com os olhos…
Quanto ao objeto da minha paixão, dá pelo nome
poético de bela-sombra.
O tenebroso Lavatão...
O futuro dirá se as sementes deste amor (que já recolhi) vão
germinar na minha horta-refúgio em Azeitão!
Abraço recheado com o sol que brilha no Mindelo, sob o olhar atento do Monte Cara.
ProfAP
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