18/01/18

Guiné-Bissau: crenças, superstições… e cabras!

De um prado qualquer para o tejadilho de uma candonga à distância de um par de estaladas...

Sendo a população predominantemente animista (55%, contra 40% de islâmicos e 5% de cristãos), não surpreende que o sobrenatural se assuma com uma verdadeira instituição na Guiné-Bissau, como acontece em relação às florestas (espaço sagrado para muitos). Ver a notícia transcrita no final do post.
Na Guiné, são utilizados como meios de transporte urbanos (em Bissau), os táxis (sempre partilhados) e os toca-toca (termo que o crioulo foi buscar ao toka-toka do Senegal), uma espécie de pequeno autocarro com dois bancos laterais corridos onde cabe sempre mais um.
Toca-toca no centro de Bissau.

Nos trajetos entre localidades, entram em ação as candongas (termo do quimbundo), transporte misto de pessoas e mercadorias e também de animais.
Contou-me um professor guineense que quando alguém se desloca com uma cabra, antes de iniciar a viagem dá um par de estaladas no focinho do animal, o que funcionaria como uma espécie de amuleto contra os maus espíritos…

Abraço.
ProfAP

Notícia do Correio da Manhã (14.02.16):

Diabos engarrafados e outros seres míticos em defesa das florestas da Guiné-Bissau

Um homem que um dia acampou numa floresta sagrada do Boé, leste da Guiné-Bissau, levou sem querer, fechado numa garrafa, um pequeno diabo de volta para casa, conta-se nas aldeias guineenses. Foram tantos os infortúnios que lhe aconteceram a ele e a quem o rodeava que todos tiveram que se mudar para outras terras, para bem longe daquela espécie de demónio. Superstições como esta ainda são contadas com frequência para preservar as florestas que a população classifica como sagradas, um saber ancestral que uma Organização não-governamental (ONF) holandesa quer preservar. Estas histórias estão em risco de desaparecer, alerta Annemarie Goedmakers, dirigente da Chimbo, que lhes pretende dar um novo fôlego.

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