28/06/19

São Tomé na minha 1: erva-flor-de-mosquito



Depois de várias tentativas desde 2014, consegui, com emoção, que esta planta germinasse numa estufa artesanal que construí. Em São Tomé, ninguém soube explicar-me a origem da designação, mas, olhando com atenção para as florezinhas brancas, veem-se semelhanças com os mosquitos que costumamos ver à volta do vinagre se ficar destapado. Não sei se é essa a razão da atribuição do nome…
Pouco conhecida fora de São Tomé e Príncipe, esta é uma das mais interessantes plantas aromáticas do país. A fazer lembrar os orégãos, mas mais suave e com um aroma de limão, usa-se em múltiplos pratos: calulu (o prato nacional), arroz, molho para pôr no peixe grelhado, para polvilhar banana-prata assada no forno (também com coentros selvagens, de que falarei noutro “post”), feijoada da terra e izaquente (cujo processo de confeção me fascina e de que também vos falarei noutra ocasião) são alguns exemplos.

Abraço.
ChefAP

13/03/19

ATÉ UM DIA, SÃO TOMÉ!

Como um postal ilustrado, um último olhar sobre a baía Ana Chaves.


Última deslocação à Dimix.

Depois de check-in, ainda tempo para uma cerveja gelada, com a Sónia (responsável pela Dimix), no Bigodes.

Depois de quase mês e meio nas ilhas encantadas, chegou ao fim a “Missão São Tomé”.
Durante o mês de fevereiro, fiquei alojado na Fundação Novo Futuro com as minhas colegas voluntárias (Francisca, Isabel e Leonor) e as dez crianças, dos 6 aos 17 anos, ali residentes. Nesta situação, nova para mim, o grande desafio foi a gestão dos afetos, tendo em vista uma separação “tranquila” no final da missão. Acho que correu bem.
Simultaneamente:
a) Orientei uma espécie de estudo acompanhado em língua francesa, durante quatro horas por semana, no espaço da Associação Dimix, com o Dinix (um jovem de sorriso fácil e coração limpo, apesar das pedras que a vida lhe tem posto no caminho); b) Desenvolvi, com as minhas colegas, trabalho de catalogação de livros na pequena biblioteca da escola básica D. Maria de Jesus; c) Organizei um portefólio de materiais (fichas e guias) de língua portuguesa para as crianças da Fundação.

No trabalho de orientação de formações, desenvolvido sobretudo em março, trabalhei com professores do 1.º ciclo (dois seminários centrados na língua portuguesa), com professores e alunos na universidade (dois seminários: língua portuguesa e construção de instrumentos de avaliação) e, em cooperação com os Leigos para o Desenvolvimento, com a comunidade (três seminários: um na capital e dois no Sul, em Porto Alegre), incidindo sobre o uso escrito e oral da língua portuguesa e também língua francesa para reforçar as competências do Clube de Surf nas interações com os turistas franceses.
Quanto aos muitos materiais escolares de escrita e dicionários recolhidos, tiveram como destinatários a Fundação Novo Futuro, famílias cujas casas arderam durante a realização da missão, a Associação Dimix e agregados familiares pobres que fui conhecendo. Tudo entregue com o meu e o vosso carinho!
A dificuldade de acesso à Internet não me permitiu ir apresentando situações, emoções e aventuras, como em anteriores missões. Com os materiais recolhidos (fotos e notas), irei partilhando alguns textos com o título geral “Missão S. Tomé: memórias”.
Em princípio, não voltarei a partir em missões que impliquem o pagamento de todas as despesas pelo voluntário. Que haja pelo menos a garantia do fornecimento gratuito, no país de destino, de alojamento e alimentação.
Mais uma vez, o meu obrigado a todos os amigos e colegas que ajudaram a financiar este projeto.
MISSÃO CUMPRIDA! ;)
ABRAÇO.

P.s.: A estratégia de andar sempre a pé na cidade, deu frutos. As duas a três horas diárias a dar uso às perninhas equivaleram a sete quilos perdidos! 

31/12/18

Camarões de pijama... prontos para a festa!



Uma ótima receita para um momento de celebração! 
Simples (só requer alguma paciência para vestir o pijama aos camarões) e, ao mesmo tempo, sofisticada. Vi a receita no 24Kictchen e juntei o pijama de cebola.

Ingredientes:
.Camarões (grandinhos)

.Uma batata grande
.Uma cebola grande
.Marinada: alhos muito picadinhos, azeite, colorau, pimenta e, se for apreciador, um pouco de molho picante ou piripiri em pó.
.Palitos partidos ao meio
.Óleo para fritar
.Lima (ou limão)

Preparação:
1. Depois de descongelados, descasque os camarões, deixando a cauda para ser mais fácil segurá-los no momento de consumir.

2. Ponha os camarões na marinada no mínimo durante 30 minutos.

3. Corte rodelas finas de cebola, coza-as durante 5 minutos e deixa-as arrefecer.

4.1. Com um descascador, corte tiras de batatas tão compridas quanto possível.

4.2. Corte as tiras obtidas em tiras mais estreitas.

5. Com cuidado, enrole as tiras à volta dos camarões (cebola ou batata) e fixe-as com as metades de palitos.

6. Num tacho, leve o óleo ao lume até estar bem quente.
7. Mergulhe os camarões no óleo durante 3 minutos.
8. Retire e ponha sobre papel absorvente.
9. Retire os palitos e sirva com pedaços de lima para espremer sobre os camarões.
Sugestão de vinho:  Santa Sara (castas Moscatel Graúdo e Fernão Pires).
O espumante e os camarões casam bem, mas optei por um excelente vinho branco frutado da Quinta da Bacalhôa (aqui próxima de minha casa). Serve-se fresco este néctar apenas a 1€99 (garrafa de 0,75l).

Abraço.
ChefAP

08/12/18

Colheita da batata-doce!

Um espetáculo de cores, formas e luz!

Depois de uma espera de quase cinco meses, foi hoje o dia da colheita da batata-doce.

Este ano, seguindo o método de um agricultor brasileiro (que vi no Youtube), em vez de plantar a rama de batata-doce no solo, fi-lo em sacos reutilizados, que enchi de terra e composto vegetal produzido cá na horta.
Tudo a postos!

Mal abri o primeiro saco, o fruto do trabalho e dedicação investidos ao longo de meses...

Prontas para a lavagem!

Com este novo método, por um lado, foi mais fácil recolher folhas e rebentos para cozinhados; por outro, foi muito mais confortável a colheita final das raízes.
A produção foi um sucesso!

Abraço.
ChefAntónio


06/11/18

Lura - "Nha Vida"


A força do amor...

Lura (nascida em Lisboa em 31 de julho de 1975) é uma cantora de ascendência cabo-verdiana.
O seu envolvimento no meio artístico começou cedo com participações em projetos teatrais e corais. A sua carreira como cantora despontou em 1996, aos 21 anos, quando gravou seu primeiro álbum, cuja canção título, Nha Vida, foi um sucesso imediato e que lhe rendeu um convite para participar no projeto discográfico Red Hot + Lisbon que reuniu grandes nomes da música lusófona. Em 1998, acompanhou Cesária Évora, o maior nome da música cabo-verdiana, em dois importantes projetos: abriu os espetáculos daquela cantora na Expo'98 e participou, em Paris, da série de concertos do projeto 'Cesária & friends'.
Tendo aprendido o crioulo cabo-verdiano com os seus colegas de escola e familiares, em pouco tempo Lura já era capaz de falar fluentemente e também compor nessa língua-símbolo de Cabo Verde, que hoje a cantora considera como sendo a sua língua materna.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lura

Curcuma - usos e benefícios!

CURCUMA (no Brasil, cúrcuma).
Conhecida também como açafrão-da-terra, turmérico, raiz-de-sol, açafrão-da-índia, açafroa e gengibre amarelo, é da família do gengibre e originária da Ásia.


Com o propósito de reduzir a quantidade de sal consumido, explorar o vasto mundo das especiarias é algo bastante aconselhado. Seja pimentas, ervas aromáticas ou limão, vai certamente dar um sabor bem mais próprio às suas refeições, mas há mais motivos por que deve apostar nas especiarias.
Aquela de que aqui falamos é a curcuma, já que os seus benefícios são ainda maiores na altura do inverno, em que também a alimentação serve de barreira às gripes.
Vendida em pó de tom amarelo vivo, vai garantir um sabor bastante próprio, além de dar literalmente cor aos pratos, e estes são só os pontos mais básicos quando se fala desta especiaria que pode ser explorada a par do gengibre ou laranja, para um sabor bem marcante.
No combate às gripes, a curcuma surge como opção bastante viável, dizem os especialistas e apoiantes da medicina ayurvédica, que aconselham a que se misture o pó com mel – um antibiótico natural ideal para a prevenção de estados gripais.
Também em formato de chá, a curcuma garante benefícios, especificamente nas alturas de maior variação de temperatura, uma vez que a bebida é anti-inflamatória além de rica em antioxidantes que ajudam a proteger o corpo de agressões externas. Existem chás já em saquetas que contam com esta especiaria, mas se preferir pode preparar a infusão em casa misturando à agua quente limão, cardamomo e chá verde, por exemplo.
Já na área da beleza, apontam-se os benefícios da curcuma como método natural para branquear os dentes: basta preparar uma ‘pasta’ de óleo de coco e esta especiaria e lavar normalmente os dentes, depois, lave com a pasta dentífrica que normalmente usa. O efeito branqueador deve-se ao seu poder anti bacteriano, garante a Pure Wow.
Por fim, há quem se aventure numa máscara facial de curcuma, também pelo efeito bacteriano que a mesma garante e resulta num aspeto bastante brilhante. A quem quer experimentar, deve juntar duas colheres de sopa de leite de arroz à mesma quantidade de iogurte natural, mel e ¼ de colher de sopa de curcuma. Misture, aplique no rosto, esfregue bem, espere 15 minutos e lave bem a cara.

04/11/18

Missão Cabo Verde XXVI: Subida ao Monte Verde!

Ao longe, envolto em neblina, o objetivo!

O Monte Verde é o ponto mais elevado da ilha de São Vicente, com 750 metros de altitude, e situado a cerca de 8 km do Mindelo, capital da ilha. Segundo todos os guias turísticos, ponto de passagem obrigatório para quem visita a ilha.
O Monte Verde está classificado como Parque Natural, com 312 hectares, sendo o único representante de zona sub-húmida de São Vicente. A incidência de humidade na plataforma do topo é um responsável por surpreendente microclima que contrasta com a aridez das outras zonas da ilha.
O Monte Verde é formado por tufos vulcânicos recortados por filões basálticos.

Uma semana depois da expedição ao Alto Martins, fizemos, com o mesmo grupo e mais alguns amigos, esta subida ao Monte Verde.
Pouco depois da saída da Ribeira da Craquinha, tivemos uma boleia numa pick-up que nos levou, em grande velocidade, por caminhos pedregosos de terra vermelha, ao ritmo uma batida musical no som máximo!
Apeados do turbulento meio de locomoção, iniciámos a caminhada em direção à montanha, por veredas estreitas e caminhos tortuosos. Grau de dificuldade elevado, paisagens e contacto com a natureza, magníficos!
Tudo teve de ser carregado: água, alimentos (para confecionar o pequeno-almoço e o almoço), panelas e lenha.

Numa paragem, surgiu-nos, por entre as rochas, o Pablo na versão "guerreiro da montanha". Depois, acompanhou-nos na expedição.

 Solitária e imponente, uma palmeira no vale...

 A avançar por caminhos de cabras, com a vegetação a marcar presença graças à chuva dos últimos dias.


 O Vady, com uma interessante história de vida, a posar para a posteridade.

À medida que subíamos, a visibilidade reduzia-se...

Ao longo do caminho, muita conversa, alegria, prazer de estar com o próximo e muuuitos momentos a posar para a objetiva... 

 Junto a uma casa abandonada, uma zona abrigada deu-nos as condições para cozinhar. Aqui, o pequeno-almoço. Mais tarde, no mesmo espaço, o almoço. Tudo feito e consumido na hora.

 Terminado o pequeno-almoço, continuámos em direção ao ponto mais alto.

Já no topo: Andi (em baixo), Pablo, Máxi, Bia, eu e o Djay. 

 Na varanda da montanha, a avaliar a paisagem...

 Tirando partido de um microclima húmido, único na ilha, cultiva-se, em socalcos, um pouco de tudo: feijão de diferentes espécies, batata-doce, batata-inglesa, abóbora, milho...

 No ponto mais alto, como um marco geodésico, o Pablo.

 Depois do almoço, conversas cruzadas, jogos e descontração. Ainda não foi desta que me iniciei no xadrez...

 A foto com o grupo da aventura (quase completo).

 À volta, sempre presente, bela e imponente, a natureza vulcânica do terreno.

 Depois de atravessar caminhos de terra batida, um momento de pausa na estrada, sobre as pedras aquecidas pelo sol do fim da tarde.

 Passagem por uma das raras zonas com árvores (poucas), onde também há uma nascente. Nome deste local: a floresta! ;)

Quase no fim da aventura...

Num cenário irrealista, o sol a despedir-se do dia...

Chegámos à Ribeira da Craquinha já de noite, cansados mas felizes pela aventura. 
Foi um momento alto com pessoas interessantes que vou guardar na memória.

Já em Portugal, mas com uma parte do coração em São Vicente.
António