23/06/18

Nasceram os primeiros faisões!

Depois de 22 dias de incubação, nasceram os primeiros faisões de 2018!


Há uns anos, deram-me ovos de faisão, dos quais nasceram algumas crias. Os ovos são cerca de metade do tamanho dos de galinha, variando a cor entre o esverdeado e cinzento acastanhado, o que facilita a camuflagem na natureza.

São animais muito ariscos, conservando os instintos selvagens. Stressam com facilidade, o que diminui drasticamente a fertilidade dos ovos. Depois de introduzir esconderijos nas capoeiras, passei a ter nascimentos de crias todos os anos. Como as faisoas não chocam, as galinhas (garnisés) assumem o papel de mãe adotivas.

Casal 1: da espécie faisão-de-coleira. O macho (à direita) já fugiu duas vezes, mas surpreendemente voltou à capoeira, depois de ter estado ausente mais de um mês (1.ª fuga) e três dias (2.ª fuga).

Casal 2: da espécie faisão-versicolor.

Abraço e bom fim de semana!
AP

22/06/18

Licor de framboesa... néctar dos deuses!

Cor + aroma + sabor = DELÍCIA!

Num ano em que as framboesas abundam na horta, dá para tudo: comê-las frescas, fazer compota e até licor. Não é uma receita económica (pois a aguardente é cara) nem rápida (para otimizar o sabor, o tempo de maceração ideal é entre 6 meses e 1 ano), mas o resultado final compensa!

Ingredientes:
.250 g de framboesas frescas
.½ litro de aguardente vínica
.400 g de açúcar branco
.½ litro de água

Preparação:
1. Depois lavadas e escorridas, coloque as framboesas num frasco e cubra com a aguardente. Feche o frasco e guarde-o num local fresco e escuro durante pelo menos um mês.
2. Passado o tempo de maceração, separe os frutos da aguardente com um passador.
3. Leve a água com o açúcar ao lume e, quando começar a ferver, conte 3 minutos em lume baixo e desligue o fogão.
4. Deixe arrefecer, junte à aguardente e mexa.
5. Guarde em garrafas esterilizadas.
6. Ao fim de um mês, pode consumir, mas o ideal é esperar um pouco mais (6 meses a 1 ano).

À vossa!
ChefAntónio

21/06/18

O verão… na minha horta!


Um dos temas de conversa recorrentes é a chuva que tem caído este ano! Que não há meio de vir o calor… Tanta chuva já enjoa… Mas afinal onde está o verão…
Tudo é relativo. Este tempo tão atípico tem sido uma bênção na minha horta em Brejos de Azeitão.

1. Tenho água no poço como nunca me lembro de ter tido.

2. O diospireiro promete frutos (de polpa mole) doces e suculentos!

3. Os tomateiros enchem-se de frutos que  o tempo vestirá de vermelho…

4. Como trapezistas, as vagens de feijão, tenras que só visto, seguram-se na fragilidade dos ramos flexíveis…

5. As descendentes de um punhado de batatas da cordilheira dos Andes (de polpa roxa) que a Manuela Galante me deu há uns anos, proliferam a olhos vistos!

6. Os frutos do melão-dos-andes estão prestes a adquirir o tom abaunilhado que anuncia que estão maduros…

7. As framboesas, vaidosas, maquilham-se de cores e de luz…

8. As abóboras estremecem de prazer quando a chuva as envolve e lhes desliza pela pele…

9. As curgetes, vistosas, estão quase no ponto...

10. As batatas-doces exibem ramos viçosos, matéria-prima de estufados de comer e chorar por mais! Debaixo da terra, dá-se, silenciosamente, o milagre da multiplicação das raízes...

11. Os cachos de uvas ganham volume a cada dia que passa…

12. Os figos põem-se em fila no trilho dos ramos. Os de São João, prontos a comer, exibem-se na volúpia das suas formas...

Um verão chuvoso tem ou não os seus encantos?

Abraço.
ChefAntónio

12/06/18

Ervas aromáticas e chás da minha horta!

Segurelha e tomilho-limão

Como modesta mas importante fonte de financiamento para a próxima missão de voluntariado em Cabo Verde (São Vicente), além dos doces bio produzidos com os frutos que vou tendo na horta, comecei a aprofundar o cultivo diversificado de ervas aromáticas e plantas para infusão. Depois de secas, são embaladas e etiquetadas.
Hortelã-chocolate, poejo, calaminta, cidreira e lúcia-lima

Funcho, alecrim e manjericão

Manjerona, salva e flor de salva

Flor de laranjeira pronta a usar!

Depois de analisar a composição de várias marcas conhecidas de especiarias e as características das plantas, criei duas misturas com aromas e sabores interessantes: uma para carne, outra para peixe. As plantas são cortadas em pedaços pequenos, secas num sítio quente, mas não expostas diretamente ao sol, preservando-lhes assim a cor e o sabor. A seguir, são trituradas e embaladas.
.Para PEIXE (no forno/grelhado), PIZAS e PRATOS C/ QUEIJO:  funcho, salsa, manjericão, cebolinho, tomilho-limão, calaminta, orégãos e estragão;
.Para CARNES (grelhadas ou assadas no forno): alecrim, louro, tomilho-alcarávia, salva, sementes de mostarda e manjerona.

Para marinadas, sopas e refogados: rama de alho e de cebola, flor de aipo e flor de salsa. Excelente sabor!

Abraço.
ChefAP

03/06/18

Conhece o tupinambo?

Das pradarias do Canadá até à minha horta!


No mundo em que a diversidade vegetal está cada vez mais ameaçada, sobretudo nas plantas comestíveis, vivi hoje a emoção de encontrar à venda no mercado de Azeitão uma espécie pouco conhecida de que já tinha ouvido falar, mas que nunca tinha visto ao vivo: o tupinambo. Adquiri algumas plantas (na imagem) e partilho a seguir as informações que encontrei sobre este interessante alimento.  
Embora o termo tenha origem nos Tupinambás (povos indígenas que viviam no Brasil), o tupinambo, também conhecido como girassol-batateiro e alcachofra-girassol, é uma planta nativa da América do Norte.
Pode atingir os três metros de altura, sendo as suas raízes (tubérculos) comestíveis. As flores amarelas, como se de um malmequer se tratasse, também são comestíveis.
Existem variedades com tubérculos brancos, vermelhos ou violetas.
Imagem encontrada AQUI.

Muitas vezes, o tupinambo é usado em jardins de forma ornamental, mas a maioria das pessoas desconhecem que as suas raízes são comestíveis.
Desenvolvendo-se debaixo como a batata, este tubérculo, extremamente rico em vitaminas A, B3, C, ferro, cobre, fósforo, magnésio, zinco e potássio, é energético e deve ser consumido por diabéticos, pois a sua substância de reserva é a insulina que se encontra próxima da frutose e não influencia os valores de glicemia no sangue.
O tupinambo deve ser consumido quando chega à maturidade, isto é, apenas quando a parte aérea da planta estiver seca, de diferentes formas: cru ou ralado em saladas ou cozinhado como a batata (frito, cozido, assado, purés, etc.).
Cresce de forma espontânea nas pradarias do Canadá e do nordeste dos Estados Unidos e julga-se ter sido descoberta por Samuel Champlain, navegador e explorador que escreveu no séc. XVII sobre a vida e os costumes dos Índios, que descobriu que alguns nativos do Canadá utilizavam o tupinambo na sua alimentação. Terá sido Champlain quem primeiro trouxe este alimento para a Europa em 1625, tendo-se este difundido mais rapidamente do que a batata, tanto como planta forrageira como para alimentação humana. Depois, parece ter caído no esquecimento, dando lugar à grande popularidade da batata.
Atualmente, o tupinambo parece voltar a estar em voga, sobretudo nos meios da permacultura e da agricultura biológica, por ser uma planta de fácil cultivo, mesmo em solos pouco férteis, resistente à seca, ao frio e a doenças e predadores.

Abraço.
ChefAntónio