Guia para ver a Superlua de hoje
O astrofísico e diretor do Observatório Astronómico de Lisboa,
Rui Agostinho, explica o fenómeno da Superlua que voltará a acontecer em 2018
e 2034
(SOCIEDADE 14.11.2016 Sónia Calheiros)
Este outono tem sido rico em luas cheias. A 16 de
outubro já houve super lua, só que estava muito nublado e a aproximação não era
tão grande. E já no próximo mês de dezembro, dia 14, também haverá lua cheia,
mas em condições menos favoráveis do que as de hoje. “É simplesmente uma lua
cheia, não são necessários instrumentos específicos, como telescópios ou
binóculos, para a observar”, explica Rui Agostinho, astrofísico e diretor do
Observatório Astronómico de Lisboa. O importante é que às 17 e 49 o céu esteja
limpo para que a vejamos na sua plenitude. “Deve-se escolher qualquer local que
tenha o horizonte límpido e baixo, situado a nascente. No meio do Oceano
Atlântico seria o ideal e isso só é viável nos Açores e na Madeira.” Em Lisboa,
por exemplo, o Parque das Nações junto à Torre Vasco da Gama, tem as ótimas
condições.
O ideal para a observação da lua cheia é
“apanhá-la” junto ao horizonte, pois o cérebro irá criar uma ilusão de ótica e
torná-la ainda maior. A melhor forma de comprovar, como descreve Rui Agostinho,
professor de astrofísica, é tirar duas fotografias à lua com uma máquina com
zoom: uma no horizonte e outra já em alto céu. “Verão que tem o mesmo tamanho.
Na realidade, a lua quando está junto ao horizonte até está ligeiramente menor
do que quando sobe. É o nosso cérebro que “inventa” o tamanho, por fazer
comparações com objetos, como árvores e edifícios.”
Mas porque acontece este fenómeno? Se a órbita da
lua fosse uma circunferência, a lua estaria sempre à mesma distância. Mas como
a órbita é elíptica, de mês para mês afasta-se e volta a aproximar-se. A este
aspeto associa-se a localização da lua quando está cheia. Pode estar em
qualquer ponto da órbita: ora no apogeu (ponto mais afastado), no intermédio ou
no perigeu (ponto mais próximo), como aconteceu às 11 e 22 com a lua cheia a
ficar a 356,509 quilómetros. Mais logo, às 17 e 49, a lua nascerá 30 por cento
mais brilhante e 14 por cento maior se compararmos quando está a passar nos
pontos extremos da órbita (apogeu e perigeu).
Há 68 anos, em 1948, aconteceu uma super lua muito
semelhante à de hoje, daqui a dois anos irá repetir-se e a 25 de novembro de
2034 o fenómeno repete-se ainda em melhores condições.
ONDE VER
.Em Lisboa, no Parque das Nações junto à Torre
Vasco da Gama
.Observatório Geofísico e Astronómico da
Universidade de Coimbra
R. do Observatório T. 239 802 370/3
Entrada livre a partir das 18 horas
.Planetário do Porto
R. das Estrelas T. 22 608 9800
Entrada livre das 19 às 21 horas
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