O The Washington Post sublinha que o secretário de Estado
norte-americano, John Kerry, e o secretário da Energia, o luso-descendente
Ernest Moniz, brindaram ao acordo alcançado com o Irão esta semana com uma
garrafa de vinho da Madeira
Segundo o jornal The Washington Post, a
garrafa foi uma oferta do embaixador dos Estados Unidos em Portugal, Robert
Sherman, a Ernest Moniz.
O descendente de açorianos recebeu a oferta quando
visitou Lisboa, na sexta-feira passada, para ser condecorado pelo Presidente da
República Cavaco Silva com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
"Antes de Moniz regressar a Viena, o embaixador dos EUA em Portugal, Robert Sherman, deu-lhe uma garrafa especial de Madeira, numa alusão aos signatários da Declaração da Independência. Ele deu-lhe instruções para apenas a abrir depois de Kerry fechar o acordo com os iranianos", escreve a jornalista Emily Heil.
Já em 1776, os líderes políticos que assinaram a
Declaração de Independência dos EUA, conhecidos como `Founding Fathers` (pais
fundadores), tinham celebrado a ocasião com vinho do arquipélago português.
O primeiro presidente norte-americano, George
Washington, também o bebeu na sua tomada de posse em 1789.
Devido às suas funções na área da energia, Moniz
foi parte central das negociações que permitiram um acordo sobre o programa
nuclear iraniano entre Teerão e o grupo dos 5+1 (cinco membros permanentes do
conselho de segurança da ONU - Estados Unidos, China, Reino Unido, França e
Rússia - e Alemanha), assinado na terça-feira em Viena, depois de 21 meses de
negociações.
O The Washington Post acrescenta ainda
que, além de Moniz e Kerry, participaram no brinde o vice-secretário para
Assuntos Politicos, Wendy Sherman, o chefe de pessoal do Departamento de
Estado, Jon Finer, e o diretor de Segurança Nacional para o Irão, Iraque, Síria
e estados do Golfo, Robert Malley.
O vinho da Madeira é um vinho fortificado que é
produzido nas encostas e adegas da Região Demarcada da Ilha da Madeira, e
constitui o produto principal da economia da região autónoma.
O acordo fechado esta semana, que era esperado há
12 anos, prevê a venda de armas ao país, mediante aprovação do Conselho de
Segurança da ONU, e uma redução do número de centrifugadoras para
enriquecimento de urânio.
As sanções internacionais que impedem a venda de
armas ao Irão vão manter-se por mais cinco anos, mas poderão ser feitas desde
que seja aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.
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