18/07/15

Vinho da Madeira no acordo nuclear com o Irão!




O The Washington Post sublinha que o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o secretário da Energia, o luso-descendente Ernest Moniz, brindaram ao acordo alcançado com o Irão esta semana com uma garrafa de vinho da Madeira

Segundo o jornal The Washington Post, a garrafa foi uma oferta do embaixador dos Estados Unidos em Portugal, Robert Sherman, a Ernest Moniz.
O descendente de açorianos recebeu a oferta quando visitou Lisboa, na sexta-feira passada, para ser condecorado pelo Presidente da República Cavaco Silva com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

"Antes de Moniz regressar a Viena, o embaixador dos EUA em Portugal, Robert Sherman, deu-lhe uma garrafa especial de Madeira, numa alusão aos signatários da Declaração da Independência. Ele deu-lhe instruções para apenas a abrir depois de Kerry fechar o acordo com os iranianos", escreve a jornalista Emily Heil.
Já em 1776, os líderes políticos que assinaram a Declaração de Independência dos EUA, conhecidos como `Founding Fathers` (pais fundadores), tinham celebrado a ocasião com vinho do arquipélago português.
O primeiro presidente norte-americano, George Washington, também o bebeu na sua tomada de posse em 1789.
Devido às suas funções na área da energia, Moniz foi parte central das negociações que permitiram um acordo sobre o programa nuclear iraniano entre Teerão e o grupo dos 5+1 (cinco membros permanentes do conselho de segurança da ONU - Estados Unidos, China, Reino Unido, França e Rússia - e Alemanha), assinado na terça-feira em Viena, depois de 21 meses de negociações.
O The Washington Post acrescenta ainda que, além de Moniz e Kerry, participaram no brinde o vice-secretário para Assuntos Politicos, Wendy Sherman, o chefe de pessoal do Departamento de Estado, Jon Finer, e o diretor de Segurança Nacional para o Irão, Iraque, Síria e estados do Golfo, Robert Malley.
O vinho da Madeira é um vinho fortificado que é produzido nas encostas e adegas da Região Demarcada da Ilha da Madeira, e constitui o produto principal da economia da região autónoma.
O acordo fechado esta semana, que era esperado há 12 anos, prevê a venda de armas ao país, mediante aprovação do Conselho de Segurança da ONU, e uma redução do número de centrifugadoras para enriquecimento de urânio.
As sanções internacionais que impedem a venda de armas ao Irão vão manter-se por mais cinco anos, mas poderão ser feitas desde que seja aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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