Muito simples: frutos bio, açúcar amarelo e canela!
Ao contrário de outras
espécies, as goiabas não amadurecem todas ao mesmo tempo, prolongando-se a
produção por alguns meses. Assim, depois de uma forte chuvada ter danificado quase
todos os frutos maduros que tinha na horta, foi possível uma nova
colheita.
Atendendo à época, trago-vos a
proposta que permite compor excelentes sobremesas (ou entradas): doce de goiaba.
Mesmo não tendo o fruto
disponível no quintal ou na horta, pode comprar uma dúzia deles para fazer o
doce. O sabor não tem nada a ver com o que se compra já feito. Além de não levar
qualquer conservante, é confecionado com muito menos açúcar.
A goiabada, doce típico
mineiro, parece ter surgido no Brasil quando os colonos portugueses recriaram a
marmelada, substituindo o marmelo pela goiaba.
Tal como fazemos com a
marmelada, também no Brasil existe a associação queijo-goiabada, com uma
designação original e bem sugestiva: Romeu e Julieta!
Imagem encontrada AQUI.
Há dois métodos de confecionar
a goiabada: sem a casca (delicada e cremosa e com um sabor mais suave) e
com a casca (mais escura e espessa e com um sabor mais acentuado). Chama-se à
versão com casca (a que prefiro) “goiabada cascão”. Eis um apontamento curioso sobre a
origem do nome:
“Reza a lenda que existem duas versões para a origem do nome
Goiabada Cascão.
A primeira conta que a goiabada feita pelos cozinheiros escravos
para o consumo dos proprietários das fazendas só levava a polpa da fruta e o
resto, as cascas e as sementes, eram utilizadas pelos escravos que as
cozinhavam juntas. A mistura pronta deixava os pedaços de casca de goiaba bem
aparentes, dando origem ao famoso nome.
A segunda revela que os resquícios do papel escurecido que
embalavam a goiabada em seu processo de produção, se desfaziam como uma casca
mais grossa quando ela já estava seca e pronta, dando origem ao nome. O doce
era colocado em caixas de madeiras forradas com papel e envoltas por papelão
para evitar que vazasse.
Obs.:
O “papel manteiga” corresponde ao nosso papel vegetal.
Doce de goiaba (sem casca)
Ingredientes:
.12 goiabas
.Açúcar amarelo (metade do peso
da polpa das goiabas, pesada sem pele nem sementes)
.1/2 pau de canela
.alguma
paciência
Preparação:
1. Descasque as goiabas e reserve as sementes.
2. Triture as sementes com um pouco de água e peneire-as com um
passador de rede.
3. Adicione o líquido de aproveitou da coagem das sementes às
goiabas (cortadas às tiras) e triture muito bem.
4. Num tacho antiderente, junte à polpa liquefeita o açúcar e a
canela e mexa bem.
5. Quando levantar fervura, ponha o lume no mínimo e deixe apurar,
mexendo de vez em quando.
6. Deixe ferver no mínimo durante uma hora (deixei hora e meia),
podendo prolongar esse tempo se quiser que a sua goiabada fique mais espessa.
7. Enquanto está quente, coloque em recipientes de vidro. Depois de
arrefeceram, tape-os e guarde-os no frigorífico. Vão conservar-se em ótimas
condições pelo menos durante seis meses.
Feita a goiabada, passemos a duas versões do par romântico Romeu e Julieta:
Confecionada sem casca, entre duas almofadas de queijo fresco...
Com casca, perdida de amores por um queijo curado (de cabra)!
Abraço e bom apetite!
ChefAntónio