Não
sou fã da conhecida máxima “Quanto mais conheço os homens, mais estimo os
animais.” (Alexandre Herculano). Prefiro uma outra vanguardista hoje e muito
mais na época do autor (Leonardo da Vinci): “Chegará o dia em que
os homens conhecerão o íntimo dos animais, e nesse dia, um crime contra um
animal será um crime contra a humanidade.”
O
caso que vos trago mostra que a inteligência dos animais dá que pensar.
Há
uma semana, ao início da tarde, apareceu a vaguear no pomar um pombo
desnorteado. Uma das cadelas abocanhou-o, mas conseguiu libertar-se, embora
perdendo uma mão cheia de penas na refrega. Assustado, voou com dificuldade e deixei de o ver.
Já
ao fim da tarde, fiquei surpreendido ao vê-lo junto à entrada de uma das
capoeiras. Esperei que a noite caísse e, com uma lanterna, apanhei-o.
Anteontem
de manhã, ao entrar na capoeira, distraí-me com a porta. Saiu disparado a voar
em direção ao céu. Intimamente, alimentei a esperança de pudesse reencontrar o
sítio de onde veio.
Não
voltei a pensar no assunto, exceto ontem à hora de almoço quando o vi no telhado
do telheiro situado ao lado da capoeira onde esteja alojado durante cinco dias.
Quando
abri a porta a capoeira, esticou o pescoço e pareceu vivamente interessado. Quando
voltei a passar no local (cerca de 5 minutos depois), já não o vi no telhado.
Estava instalado na capoeira na plataforma suspensa que tinha construído para
ele, para que não fosse atacado pelas galinhas. Quando lhe trouxe um mix de milho
e trigo e água, não se fez rogado e saciou a fome e a sede. Como parece feliz,
dei-lhe um nome a condizer: Felizardo. Terei de descobrir se é menino ou
menina e proporcionar-lhe um(a) companheiro(a) para a vida!
Eis
uma história que começa com um homem a capturar uma ave e conclui-se com uma ave
a adotar um homem...
Abraço.
ChefAntónio
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