08/10/18

Missão Cabo Verde XXV: Expedição à montanha Alto Martins.

O Pablo em pose. Ao fundo, a Bia e o Andi.

Alojados há uma semana na Ribeira da Craquinha, recebemos o convite para esta primeira atividade de grupo. A Bia e eu aceitámos com entusiasmo.
Estabelecidas as contribuições das partes em géneros para a preparação do pequeno-almoço e o almoço (uma interessante “feijoada” de lentilhas), lá partimos bem cedo no dia estabelecido.
Depois de um percurso labiríntico entre as casas, contornámos arbustos de aparência mimosa, mas prontos a ferrarem os espinhos nos braços e pernas desprotegidos, e atravessámos uma zona de destroços de carros abandonados.

Por fim, abriu-se perante os nossos olhos uma paisagem única, quase lunar: terra cor de tijolo, leitos secos de pó de lava e no horizonte, ao longe, as montanhas vestidas de um cinzento difuso.

Durante mais de uma hora, caminhámos com panelas, garrafões de água, géneros alimentícios e lenha para cozinhar. 

Finalmente, chegámos a uma casa abandonada na base do monte, onde fizemos a nossa base de operações.

 Descansemos um pouco!

Num capricho da natureza, uma árvore instalou-se num pátio interior.

Uma enorme aranha vigiava-nos, ciosa da sua teia-despensa!

A primeira tarefa foi acender o lume e fazer café para o pequeno-almoço.

Com o estômago confortado, iniciámos a subida, escolhendo cuidadosamente cada pedra onde púnhamos os pés. À medida que o monte ficava mais a pique, a respiração acelerava-se e os obstáculos pareciam intransponíveis.

Habituado a andar, mas não a subir montanhas, tive de fazer de tripas coração para chegar ao topo. Com os bofes a sair pela boca, mas cheguei lá.
Apanhado pela Bia em posição pouco digna e quase de gatas...

A beleza da alegria. Ou será o contrário?

A casa abandonada lá em baixo...

Depois de nos recompormos do esforço, apreciámos a magnífica paisagem. Como viria a ser a norma até ao final da missão, as conversas foram uma constante animação e divertimento.
Os primeiros a chegar ao cimo.

Como um cabrito-montês, o Pablo a saltar de rocha em rocha...

Do outro lado do monte, o mar (a Calheta, antigo povoado).

A beleza grandiosa das montanhas à volta... 

Os amigos com quem convivi todos os dias! Além da Bia, o Andi (a olhar para mim), o Alex e o Djay (à direita).

A descida revelou algum grau de dificuldade, pois a força da gravidade afetava-nos o equilíbrio, mas processou-se sem grandes problemas.

Quase no fim da descida, o Alex a recolher a água escorrida das entranhas da montanha para lavar os legumes.

Voltámos à casa na base do monte e o Andi e eu preparámos todos os legumes para o almoço, cabendo ao Djay assumir a confeção da “feijoada” e de um panelão de arroz, o que demorou mais de uma hora.
Cores, sabores e aromas a darem a mão com a mediação do azeite...

A entrada a fazer sucesso: chouriço assado espetado num pau. Boa, chef Djay!

Enquanto o cozinhado se vai fazendo...

O Djay numa de assusta-crianças! ;)

A fome com que todos estavam fez justiça ao engenho do chef. A prová-lo, quase todos repetiram e nalguns casos voltaram a servir-se.

A falta de pratos foi um estímulo para a imaginação...

O almoço foi a meio da tarde e o resto do tempo escoou-se entre conversas, anedotas (contadas em crioulo e depois traduzidas para os dois tugas) e jogos.
Com a luz do dia já a brincar às escondidas entre as montanhas, o grupo de cerca de 10 pessoas iniciou o regresso à Craquinha em conversas a dois ou a três.

Com a noite instalada, chegámos ao ponto de partida, tendo ficado combinada nova expedição para daí a uma semana, desta vez ao Monte Verde.
Depois de as fotos terem sido partilhadas, foi nomeado fotógrafo oficial do grupo.

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