O Pablo em pose. Ao fundo, a Bia e o Andi.
Alojados há uma semana na Ribeira da Craquinha,
recebemos o convite para esta primeira atividade de grupo. A Bia e eu aceitámos
com entusiasmo.
Estabelecidas as contribuições das partes em géneros
para a preparação do pequeno-almoço e o almoço (uma interessante “feijoada” de
lentilhas), lá partimos bem cedo no dia estabelecido.
Depois de um percurso labiríntico entre as casas, contornámos arbustos de aparência mimosa, mas prontos a ferrarem os
espinhos nos braços e pernas desprotegidos, e atravessámos uma zona de destroços
de carros abandonados.
Por fim, abriu-se perante os nossos olhos uma paisagem
única, quase lunar: terra cor de tijolo, leitos secos de pó de lava e no
horizonte, ao longe, as montanhas vestidas de um cinzento difuso.
Durante mais de uma hora, caminhámos com panelas, garrafões
de água, géneros alimentícios e lenha para cozinhar.
Finalmente, chegámos a uma casa
abandonada na base do monte, onde fizemos a nossa base de operações.
Descansemos um pouco!
Num capricho da natureza, uma árvore instalou-se num pátio interior.
Uma enorme aranha vigiava-nos, ciosa da sua teia-despensa!
A primeira tarefa foi acender o lume e fazer café para
o pequeno-almoço.
Com o estômago confortado, iniciámos a subida,
escolhendo cuidadosamente cada pedra onde púnhamos os pés. À medida que o monte
ficava mais a pique, a respiração acelerava-se e os obstáculos pareciam
intransponíveis.
Habituado a andar, mas não a subir montanhas, tive de fazer de tripas
coração para chegar ao topo. Com os bofes a sair pela boca, mas cheguei lá.
Apanhado pela Bia em posição pouco digna e quase de gatas...
A beleza da alegria. Ou será o contrário?
A casa abandonada lá em baixo...
Depois de nos recompormos do esforço, apreciámos a
magnífica paisagem. Como viria a ser a norma até ao final da missão, as
conversas foram uma constante animação e divertimento.
Os primeiros a chegar ao cimo.
Como um cabrito-montês, o Pablo a saltar de rocha em rocha...
Do outro lado do monte, o mar (a Calheta, antigo povoado).
A beleza grandiosa das montanhas à volta...
Os amigos com quem convivi todos os dias! Além da Bia, o Andi (a olhar para mim), o Alex e o Djay (à direita).
A descida revelou algum grau de dificuldade, pois a
força da gravidade afetava-nos o equilíbrio, mas processou-se sem grandes
problemas.
Quase no fim da descida, o Alex a recolher a água escorrida das entranhas da montanha para lavar os legumes.
Voltámos à casa na base do monte e o Andi e eu preparámos
todos os legumes para o almoço, cabendo ao Djay assumir a confeção da “feijoada”
e de um panelão de arroz, o que demorou mais de uma hora.
Cores, sabores e aromas a darem a mão com a mediação do azeite...
A entrada a fazer sucesso: chouriço assado espetado num pau. Boa, chef Djay!
Enquanto o cozinhado se vai fazendo...
O Djay numa de assusta-crianças! ;)
A fome com que todos estavam fez justiça ao engenho do
chef. A prová-lo, quase todos repetiram e nalguns casos voltaram a servir-se.
A falta de pratos foi um estímulo para a imaginação...
O almoço foi a meio da tarde e o resto do tempo
escoou-se entre conversas, anedotas (contadas em crioulo e depois traduzidas
para os dois tugas) e jogos.
Com a luz do dia já a brincar às escondidas entre as
montanhas, o grupo de cerca de 10 pessoas iniciou o regresso à Craquinha em
conversas a dois ou a três.
Com a noite instalada, chegámos ao ponto de partida,
tendo ficado combinada nova expedição para daí a uma semana, desta vez ao Monte
Verde.
Depois de as fotos terem sido partilhadas, foi nomeado fotógrafo oficial do grupo.
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