Após a descolagem, a última imagem de São Vicente...
Acabei por ter várias despedidas.
Como não tinha a certeza de poder estar comigo no dia
da partida, no sábado, o Frei Silvino e eu
confraternizámos diante de uma cerveja no bar flutuante da marina. Conversámos
sobre o trabalho realizado com as crianças e na formação de professores e acertámos
estratégias de cooperação via e-mail. Despedimo-nos com um abraço bem apertado.
Ainda nessa noite, servi o último café aos amigos
Andi, Alex e Jay e fomos dar um passeio noturno pela Craquinha. Por fim,
sentámo-nos a conversar, muito animados, na bancada do campo de futebol.
Depois, mais um difícil e emotivo do abraço final e um até sempre ou, quem sabe, um até breve...
Da direita para a esquerda: Jay, Alex e Andi.
No domingo, aceitei o convite para passar o dia na
casa do Pablo e do Fábio, situada na base do Monte Verde (a montanha mais alta
de São Vicente). Antes de almoço, parti com o Maxi e o Fred de casa da D. Filó
(a mãe de ambos e também do Fábio) em direção ao Monte Verde para uma caminhada
de uma hora.
Não andámos muito, pois uma boleia providencial
levou-nos em grande velocidade e de cabelos ao vento para o destino previsto.
O dia foi passado em conversas sobre tudo e mais
alguma coisa e muita galhofa. Além do Fábio e Pablo, estava também o Manu, um
guineense doido varrido de 61 anos que viveu mais de 40 anos em França.
A partir da direita: Fred, Manu, Pablo, Fábio e Máxi.
Para o almoço, houve uma entrada com peixe alimado
(que preparei previamente), restos de chispalhada e de cachupa e uma receita
do Pablo feita na hora: um original e saboroso arroz de frutas (banana, maçã e
pera).
Os gatinhos abandonados que a Bia recolheu e o Pablo adotou juntaram-se à festa.
A aproveitar as delícias de uma rede feita com materiais encontrados na praia.
Já pela tarde dentro, mais despedidas e abraços e
regresso com o Maxi e o Fred à Pedra Rolada, onde me despedi da D. Filó e do
Fred com mais abraços e beijinhos. Do Maxi, não houve despedida, pois estava
previsto ser ele a levar-me ao aeroporto no dia seguinte de manhã.
Já pela noite dentro, como o Pablo desceu ao Mindelo
(onde fiquei alojado na última noite), ainda nos encontrámos e andámos a deambular
pelas ruas da cidade numa longa conversa. Pela madrugada dentro, o abraço triste da despedida.
Na manhã de segunda, foi uma correria pela cidade para
investir os escudos cabo-verdianos que me sobraram de uma gestão draconiana do
orçamento: uma garrafa de vinho da ilha do Fogo, feijão-ervilha, feijão-pedra,
kamoka (uma deliciosa farinha de milho torrada), banana-prata, uns deliciosos
bolinhos de coco, goiabada e um tecido para a minha cara-metade.
Magnífica vista do hotel, no alto da cidade, em direção ao porto.
Às 10h, partida para o aeroporto. Afinal, o Frei
Silvino reorganizou os seus afazeres e veio com o Maxi, dizendo, com muita
simpatia, no seu “r” inconfundível: “O senhorr merece!”.
E chegaram as últimas despedidas com mais apertos de
mão e abraços. E encaminhei-me numa sensação agridoce para a fila do check-in.
Alegria por ir reencontrar os que mais amo, tristeza por deixar para trás tantos
amigos que me trataram com um dos seus…
Até à próxima, Cabo Verde!
ProfAP
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