18/09/18

Missão Cabo Verde XI - A bela-sombra!

É linda ou não é?


Quando viajo, uma das coisas que muito me interessam é património vegetal. Se os houver, visito os jardins botânicos e zonas protegidas e observo com atenção os jardins e parques por onde passo.
Logo no dia da chegada a São Vicente, perdi-me de amores por uma árvore que abunda por aqui. Ao vê-la, de porte elegante, com folhas luzidias em forma de coração, questionei-me se não seria uma japonica da família das camélias e azáleas.
 A elegante bela-sombra!

Perguntei em vão a várias pessoas se sabiam o nome da planta, até que o Pablo (o jovem cabo-verdiano protagonista da história da estrela-do-mar chamada Estrelinha) me disse que conhecia um senhor que quase de certeza me iria ajudar.
No dia e hora aprazados, lá fomos a casa do Sr. Morais, um branco que vive em Cabo Verde há muitos anos e que deve andar nos 80 anos. De baixa estatura e olhar arguto, recebeu-me com entusiasmo igual ao meu e estivemos a conversar mais de uma hora. No empolgamento das suas palavras, falou-me das espécies de São Vicente, numa verdadeira visita guiada imaginária: espinho-branco, acácia-arábica, acácia-americana, passando pelo assustador lavatão (que já conhecia sem saber o nome), cuja seiva pode provocar cegueira se entrar em contacto com os olhos…
Quanto ao objeto da minha paixão, dá pelo nome poético de bela-sombra.
O tenebroso Lavatão...

O futuro dirá se as sementes deste amor (que já recolhi) vão germinar na minha horta-refúgio em Azeitão!
Abraço recheado com o sol que brilha no Mindelo, sob o olhar atento do Monte Cara.
ProfAP

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