Apesar do frio, cá no quintal, a calaminta é a rainha do viço!
A aromática calaminta
herdou a designação do grego kalamínthe,
significando bela (“kal”) menta (“mínthe”).
Muito utilizada na Idade Média, sobretudo com fins medicinais,
a planta foi esquecida e reduzida a uma única função nalgumas zonas de
Portugal, sobretudo no Sul: tempero de azeitonas. Por isso, é conhecida também como
erva-das-azeitonas.
Há registos de ter sido usada por cozinheiros e médicos
na antiga Roma e era consumida como uma bebida quente antes da chegada do chá à
Europa.
No final do século XIX, as mulheres dos índios Ojibwe
já a usavam, com o nome nativo de “Gajugensibug”, como chá para baixar a febre.
Na França, as folhas e os pequenos rebentos são usados
como tempero, sendo cultivada normalmente entre outras ervas de cozinha. Tanto
na França como na Inglaterra, tem reputação pelo seu valor medicinal. Miss Bardswell,
no seu livro “The Herb Garden”, escreveu em 1928:
“Antes do uso do chá chinês, os nossos camponeses tinham o hábito de
preparar chá de nêveda, o qual diziam ser muito agradável ao paladar e muito
mais saudável. É estimulante. A raiz, quando mastigada, diz-se que torna feroz
e rixosa mesmo a pessoa mais gentil, e existe uma lenda sobre um certo carrasco
que não conseguia reunir coragem ao ponto de enforcar alguém antes de beber o
chá. As ratazanas detestam a planta, e não se aproximam dela mesmo que estejam
cheias de fome”.
Curiosamente, na Ásia, usa-se há anos nos jardins
zoológicos para acalmar os tigres e os leões.
Ultimamente, tem-se assistido a iniciativas visando a
recuperação de plantas usadas no passado, entre elas a calaminta. Tenho alguns
exemplares no meu quintal que não requerem grandes cuidados para crescerem (ver
imagem).
Usos principais desta magnífica planta da família das
hortelãs:
- como tempero de saladas e marinadas (não esquecendo
as azeitonas como vimos);
- em infusões para gripes e constipações e para acalmar
os problemas de estômago, dispepsias, flatulência e cólicas. A sua ação
sedativa nos nervos completa as suas propriedades relaxantes.
Notas finais sobre a calaminta:
1. Tem um aroma mentolado e um sabor entre
o poejo e os orégãos (oréganos).
2. Consta que existem cerca de vinte espécies,
só no continente europeu.
2. Tem ainda mais uma designação: nêveda.
Bons usos da calaminta, mas sem mastigar a raiz…
ChefAntónio
Fontes consultadas:
A cada dia que passa aprendemos e muito sobre as coisas por exemplo esta sobre a calaminta tenho que tirar o chapéu, obrigado por partilhar este artigo conosco, eu passei a seguir o seu blog.
ResponderEliminarLinda de se vê, uma obra prima da natureza. Uso sempre o cha e o óleo é magnifico, uso duas gotas em um copo com agua e já sarei da dor de cabeça.
ResponderEliminarParabens pela postagem e pela linda foto.