Desde ontem, e até 8 de setembro, tem à sua espera, em Setúbal, o festival do carapau-manteiga com a participação de 54 restaurantes
da cidade.
O carapau-manteiga
é uma das joias da gastronomia setubalense, numa cidade onde o peixe é rei,
apenas pescado entre Setúbal e Sines. Distingue-se por ser bem mais claro do
que o normal e com uma camada de gordura semelhante à manteiga, entre a pele e
o lombo. Ganha por isso um sabor distinto e muito apreciado.
Nesta zona do País há diversas formações rochosas
submersas, junto à costa, que promovem não só uma água um pouco mais quente
como produção de algas e plâncton que enriquecem a dieta alimentar do carapau manteiga.
O carapau tem também na sua alimentação o camarão, camarinha e ameijoas
partidas. Tudo junto, está num habitat
específico e muito propício a que se desenvolva, faz que ganhe a tal gordura e
sabor. No fundo, à imagem do que acontece com o gado, cujas carnes são mais
tenras ou saborosas também em função das melhores pastagens.
Várias das explicações vão sendo dadas por José
Martins, dono do restaurante Espaço
Setúbal, que aposta na grelha como melhor forma de confecionar o carapau,
embora também sirva de tomatada e caldeirada. Favas, arroz de amêijoa, migas,
batata cozida e o bom vinho da região completam a iguaria.
Vítor, dona Tasca
da Fatinha, pescador, completa as explicações, falando de um peixe que deve
ser apanhado a cinco seis braços de profundidade.
Face à especificidade deste carapau-manteiga, a
autarquia de Setúbal e a Cooperativa de Pesca de Setúbal, Sesimbra e Sines
estão a trabalhar na certificação do carapau-manteiga como espécie exclusiva da
Costa de Setúbal a Sines. O processo final pode resultar em diversas
classificações, mas todas elas com o mesmo propósito: reconhecimento de uma
espécie única nesta região.
Fonte: Adaptado do jornal A Bola online.
Abraço.
ChefAntónio
P.s.: Se se sente tentado pela imagem da gordura a
escorrer do peixe quente quando se retira a pele, siga a máxima de Camões: “Melhor
é experimentá-lo que julgá-lo, mas julgue-o quem não poder experimentá-lo”.
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