01/02/16

ILHA DO PRÍNCIPE - Final do 1º dia

Ainda 23/1
Pouco resta dos domínios de Dona Maria Correia...

Na caminhada realizada através da floresta, que foi noutros tempos uma parte florescente da roça Ribeira Izé, o guia (Nelito) contou que uma tal Maria Correia, mulher viúva muito poderosa, dirigia a roça com punho de ferro. Disse-nos ainda que a senhora tinha um grande apetite por homens. Quando algum trabalhador lhe agradava, desfrutava dele e depois, para que não contasse a ninguém… matava-o!
Inicialmente, decidi não referir o assunto por me parecer algo mais próprio das lendas do que dos factos históricos.
Esta tarde, estive a pesquisar o assunto e, surpresa das surpresas, a história do Nelito pode ter algum fundamento.
Encontrei referências a Maria Correia Salema (1788-1861) num artigo (aqui) de Arlindo Manuel Caldeira (do Centro de História de Além-Mar, Universidade Nova de Lisboa e Universidade dos Açores).
Maria Correia, conhecida como "princesa negra", era mestiça e provinha de uma rica família do Príncipe. Após a morte do segundo marido (26 anos mais novo), em 1852, assumirá as rédeas da administração da casa (se é que não tinha tido sempre, como parece, uma influência decisiva) quer na parte agrícola quer, sobretudo, na atividade comercial, em particular no altamente compensador tráfico clandestino de escravos, no período pós-abolicionista. Revelará sempre uma extrema perspicácia para o negócio, obtendo lucros fabulosos, que lhe permitirão uma vida de grande ostentação, dispondo nomeadamente de grandes casas apalaçadas, uma na roça Ribeira Izé e outra junto da cidade. O gosto pelo quotidiano faustoso bem como a fama da sua sexualidade insaciável, provavelmente ampliadas, ficaram na memória popular.
Regressados da aventura na floresta, fomos fazer o reconhecimento das praias do resort (uma de cada lado) e percorrer a famosa ponte de madeira de cerca de 300 metros que liga a zona dos bungalows ao ilhéu Bom Bom, onde está o restaurante. 
Olhem, que coisa mais linda, tão cheia de graça...

A temperatura do ar, sempre junto aos 30°, sem grandes oscilações durante a noite, e a água (limpa, transparente, vestida de vários tons de azul), a rondar os 25°, permitia tomar banho a qualquer hora do dia ou da noite sem ter frio.

Piscina mesmo em frente ao bungalow...

Praia à esquerda...

   Praia à direita. A minha preferida: mais quente e calma como um lago!

Amanhã, trarei um passeio de jipe inesquecível: roças, praias, miradouros e a cidade mais pequena do mundo (Santo António, capital do Príncipe). Um dia inteiro de magia tropical!
Abraço.
António

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