22/11/14

Pernas de rã? Pense bem antes de consumir!

Vinda não sei de onde, a “Luisinha” instalou-se no tanque da horta, onde rapidamente adotou a tábua flutuante que colocámos na água. Já faz parte da família e as suas coxinhas roliças estão a salvo…

Pouco consumidas em Portugal, as pernas de rã são um petisco nos Estados Unidos e na Europa (sobretudo na Bélgica e na França), contribuindo para o desaparecimento de mais de três biliões de espécimes do simpático anfíbio…
O artigo de hoje faz um alarmante ponto da situação.

Consumo pernas de rã pode levar diversos anfíbios à extinção!
Organizações conservacionistas alertam dos perigos causados pela importação desses animais.

Perna de rã é um dos alimentos mais populares em todo o mundo. De acordo com novas pesquisas, uma média de 2.280 toneladas por ano são importadas para os Estados Unidos – o que equivale a algo entre 450 milhões e 1.1 bilhões de rãs. Outras 2.216 toneladas de rãs vivas são importadas todo ano para venda em mercados asiáticos e americanos.
A demanda é ainda maior na Europa, que importa anualmente uma média de 4.600 toneladas, principalmente Bélgica (53%), França (23%) e Holanda (17%).
Esses números foram extraídos de um novo relatório chamado “Canapés para extinção: O comércio internacional de pernas de rã e seu impacto ecológico”, lançado no dia 26 de julho pelos grupos de conservação da vida selvagem Pro Wildlife, Defenders of WildLife e The Animal Welfare Institute.
Todo esse consumo, totalizando em bilhões de rã a cada ano, está contribuindo para a extinção das rãs ao redor do mundo de duas maneiras: Primeiro, muitas são retiradas da natureza, o que em alguns casos quase resulta no esgotamento de populações inteiras. Em segundo lugar, o comércio internacional de pernas de rã e rãs vivas é a principal razão para a disseminação do fungo mortal quitrídio (Batrachochytrium dendrobatidis), responsável por aproximadamente 100 extinções de anfíbios em todo o mundo.
O fornecimento de rãs costumava ser dominado pelos mercados da Índia e Bangladesh até a década de 80.
Atualmente, a maioria das rãs selvagens importadas para a União Europeia e Estados Unidos vêm da Indonésia. Os animais também são criados na China, Vietnã a Taiwan para o mercado de exportação. No entanto, o México ainda é o maior fornecedor de rãs vivas para os Estados Unidos.
Curiosamente, um grande número de rãs importadas da Ásia pelos Estados Unidos são originalmente espécies nativas, a rã-touro-americana (Rana catesbeiana, ou Lithobates catesbeianus). De acordo com “Save the Frogs” (organização não vinculada ao relatório), "Um estudo recente estima que 62% das rãs-touro que entram na Califórnia provenientes de ranários asiáticos estão infectadas com o fungo. Esses animais servem como vetores perfeitos para o quitrídio, já que podem sobreviver infectadas por milhões de zoósporos. Por não morrerem com os fungos, elas espalham para as populações de anfíbios nativos.” Um estudo publicado em 2004 no jornal “The Herpotological”, revelou que rãs-touro mostram uma notável resistência ao fungo e raramente, ou nunca, morrem de exposição a ele. Já a maioria das espécies de anfíbios têm uma taxa de mortalidade de 80% quando o fungo quitrídio chega em seus hábitats.
Outras espécies são populares no comércio de rãs, como o salobra, a Fejervarya cancrivora e Limnonectes Macrodon. De acordo com o relatório, cerca de 20 espécies englobam a maior parte do comércio internacional. Outras 180 espécies são consumidas em seus países de origem. Estatísticas exatas sobre quais espécies estão sendo importadas e consumidas são incompletas, já que a maioria das importações estão processadas e congeladas, o que as torna difíceis de identificar.
As três organizações responsáveis pelo relatório estão pedindo maior regulamentação do comércio de rãs no âmbito da Convenção sobre o Comércio de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Silvestres (CITES). A agência tem autoridade para restringir algumas caças e culturas, criar normas para a manipulação humana de rãs, estabelecer critérios de monitoramento das populações selvagens e exigir que toda a carne importada seja congelada, o que poderia retardar a propagação da doença.
No ano passado, o “U.S. Fish and Wildlife Service” fez uma proposta para proibir a importação de rãs vivas no âmbito da Lei Lacey, que regula a importação ou transporte de espécies selvagens que são perigosos para o homem ou para o ambiente. Ainda não há previsão para que a proposta se torne lei.

Abraço.
ChefAntónio

2 comentários:

  1. Boa tarde ANTÓNIO.
    Mas que nunca que comeria tal alimento, nem que fosse remédio tenho asco deste bicho.
    Meus irmãos um dia tentaram fazer uma brincadeira de mau gosto comigo trazendo pernas de rã, quase morro de tanto vomitar.
    Agora também não desejo que a rã fique em extinção.
    Uma coisa é eu ter nojo, mas querer que desapareça do planeta nunca.
    Agora quem se alimenta de rã diz que é uma iguaria, enfim tem gosto para tudo neste mundo. Suas informações são muito conveniente a quem se alimenta desta e que pense no que pode acontecer .
    Grata por ter compartilhado.
    Desejando um maravilhoso sábado
    Abraços sempre.
    ClaraSol

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  2. Olá Antonio!
    Fez muito bem em deixar a rãzinha lá no lugar dela, ou seja, em cima da táboa, com suas tão cobiçadas perninhas a salvo. Estão acabando com a natureza e nem as rãs escapam. Abraços!

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